NATAL

Amanhece o Natal; em mim há gritos.
Amanhece em mim o menino de ontem. Grito
contra o bronze dos sinos, a mesa e os utensílios
do jantar  que vai entrar pela porta com a noite.

Amanhece uma perspectiva de jantar e orações,
amanhecem os cochichos das rezadeiras,
os degredados/degradados filhos de Eva,
o ovo ontológico.

O Destino amanhece e toma espaços e grita espantos
Adonai ! Adonai ! Adonai !

Na manjedoura a mãe amamenta o filho que vai morrer.

                                                                                       Fred Souza Castro


 

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