À Noite de Natal

Era noite de Inverno longa e fria,
Cobria-se de neve o verde prado;
O rio se detinha congelado,
Mudava a folha a cor, que ter soía,

Quando nas palhas de uma estrebaria,
Entre dous animais brutos lançado
Sem ter outro lugar no povoado
O Menino JESUS pobre jazia.

- Meu filho, meu amor, porque quereis
(Dizia sua Mãe) esta aspereza
Acrescentar-me as dores, que passais?

Aqui nestes meus braços estareis;
Que se vos força amor sofrer crueza,
O meu não pode agora sofrer mais.

                                    Frei Agostinho da Cruz

Do livro "Tesouros da Poesia Portuguesa", Editorial Verbo,1984, Lisboa/São Paulo
Enviado por Leninha                                     

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