BANHISTA
Apenas
em frente
ao mar
um dia de verão —
quando tua voz
acesa percorresse,
consumindo-o,
o pavio de um verso
até sua última
sílaba inflamável —
quando o súbito
atrito de um nome
em tua memória te
incendiasse os cabelos —
(e sobre tua pele
de fogo a
brisa fizesse
rasgaduras
de água)Carlito Azevedo
Do livro: "As banhistas", Ed. Imago, 1993, RJ