NUM VERÃO


No rio o grão,
O rito de escuma.
O homem molhado,
Sem escama.

O homem de vidro,
Cercas no rio, a orla
Nos pés alíferos
(O rio em seu naufrágio).

O homem vazio, polido,
Em seu curso matemático.
O giro sobre o leito: a ablução
Na manhã — o sonho do rio.

                                  Efraim Amazonas

Do livro: "Algum verso", Ed. do autor, 1993, AM

« Voltar