Fazer amor em poesia é prosa

É sonho, devaneio, fantasia,
Absurdo, contra - senso, heresia.
Amor em poesia não entrosa,
Para amar é preciso muita transa!

É preciso o aconchego, o carinho,
O apego, o afeto,  o afoito,
O toque, o tato, o jeitinho,
O enlace dos corpos em afagos...
Sem erros, equívocos ou estragos!

Para se fazer amor, digo então:
É preciso muito pouco, camarada.
Apenas um amante e sua amada
Na cama, no chão ou numa rede,
Com desejo, vontade e muita sede!
Só isso, apenas isso e mais nada!

 


Amor & Paixão

Amor é brisa suave,
é aconchego, é carinho,
vôo cadente da ave
indo em busca do seu ninho.
É bruma leve do mar
em manhã de primavera,
desejo louco de estar
com alguém que se espera.

Volúpia louca é paixão,
mar revolto, tempestade...
É amar sem a razão,
é só loucura e vontade.
Paixão é amor sem juízo,
sem norte, reta ou tino,
errante sem ter destino,
o inferno no paraíso!

Amor é paz, é ternura,
é o frescor da aragem,
a mais cálida coragem,
maior ato de bravura.
É o céu lá nas alturas,
é a mais sublime imagem!

Paixão é inconseqüência,
é demência desmedida,
é o nada, é ausência,
é o fim – a despedida!

Amor é tudo, enfim
é a vida iluminada,
é a afirmação, é o sim,
é o encontro na chegada!

           Antônio Manoel Abreu Sardenberg