AFI(N)ADA

Cortam os céus
saem da minha boca
esquartejando
os véus...

Nos meus minérios
interiores
granadas e hematitas
afiam as minhas unhas
estalactites
que apontam papéis virgens
onde letras
afiadas e afinadas
caligrafam ADAGAS
dão em palavras esmeradas

Assim cavernas abrasivas
de dentro
no esmeril do momento
acariciam a minha pele
pedras-pomes
o que fica macio
por dentro...

                                  Helena Istiraneopulos

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