POESIA

Muitas vezes, excedem, as palavras
no que algumas poucas
trazem melodia mais que tantas.

Importa-me do que têm de nuvem. 
De como acordam asas, 
descem  pelo silêncio. Procuro-as, 

não  no dicionário, porém na ausência 
de limites. Não emolduram papéis. 
Penetram  de um jeito diferente 

em cada um que as lê, mas penetram.
Renascem, abrigam sonhos,  
caminham pelos sangues,  

acordam ritmos adormecidos 
e contemplam a eternidade.
Busco apenas essas palavras,  

poucas, essenciais, para o poema. 
Já que a poesia, maior que qualquer uma  
onde o mundo pára, sem exceção,

limita-se a uma explosão,
sem palavra nenhuma.

                                                   Jade Dantas

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