Estátua de Carlos Drummond em Copacabana (Rio), com um verso do poema "Mas viveremos", autor Leo Santana

VERSO CALADO

Os meus verdes dançam assanhados,
gotas de chuvas penduradas em varais,
brincos vermelhos fazem agrados,
buquês fartos, folhas e folhas nada mais.

Este bailado que me inflama,
seduz tolas rimas de meus desvarios,
sempre Amor que a alma reclama,
na boca da tristeza um calafrio.

Não preciso falar tudo o que penso,
nestes leves traços encontras meu eu,
perdido em lembrancas intensas.

Vou calar, não deves saber de mim,
escondida no verso que me trai,
sou névoa suave que cai, no jardim.

          
Estátua de Florbela Espanca no Parque dos Poetas,
                          em Oeiras, Portugal


POEMAS?


Às vezes surgem pensamentos,
que parecem não me pertencer,
é uma  sensibilidade além de mim,
uma emoção que ultrapassa a razão,
sensação de que chegam pelo vento
em minhas portas e janelas a bater
sem permissão, despertam da letargia,
me envolvem em  sonhos e propósitos,
aos poucos se disfarçam em poesia.

                                                                        Soninha Porto

« Voltar