Des(a)tino em folhas de um outono 

Banham-se em azuis do mar algumas folhas
que se desprenderam
tontas 
de algum outono que persiste  
mais que centenário  em forma de gravetos
neurônios secos  retorcidos
de uma sonhadora

alcançam a voar
distâ¢ncias que lhe eram imaginárias
e lá em cima
misturam suas asas descoradas
Úmidas e quase que salgadas
aos tons azuis de um céu extremamente raro

como que a trazer no bico
[se o tivessem
a improvável retenção da Vida

misturas novas na paleta

do pintor

Céu de outono

Cascata azul.
Horizontes costurados
– em luz.

                      Eliana Mora

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