Outono, outrotom

Pois foi perceber
e espantaram-se
as mãos que já lhe planejaram
e o copo em que lhe procurou
no seu auge,
quando a cada dia despontava um broto
e ia ficando mais cheia, mais intrincada.

A imaginação, que lhe sustentou,
lhe dedicou um desejo
e a porção melhor da mente
fez dela o sonho da noite,
em que a transformava como bem entendia.

Do que antes não abria mão
já nem se lembrava
a memória ingrata,
pois pintou-lhe, sem perceber,
de uma outra cor,
ao ouvir o som quase-quase mudo
de uma idéia que caiu por terra.

                                               Ana Marla

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