CANÇÃO DE OUTONO

Estes lamentos
Longos do vento
      Outonal
Ferem-me a alma
Com uma calma
      Sempre igual.

E sufocando,
Pálido, quando
      Soa a hora,
Sinto saudade
Da mociedade,
      E a alma chora.

Sigo ao relento.
É rude o vento,
      Que me importa?
Neste vaivém
Eu sou também
      Folha morta.

               Maria Braga Horta

Do livro: Caminho de Estrelas, Massao Ohno Editor, 1996, SP

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