A Televisão

Um monte de puta e de vagabundo,
os filhos de Caim mais sem-vergonhas,
os crápulas mais perversos do mundo,
o fogo das intrigas mais medonhas.
O ridículo besteirol rotundo,
Um punhado de taras e peçonhas,
toda essa chusma de patife imundo,
tudo miséria ou coisas enfadonhas,
é o que se vê pela televisão.
Não um retrato, mas caricatura
da humanidade estampa o aparelho.
O ódio, a cretinice, a violação,
mostrados nessa caixa de loucura
são da imbecilidade o grande espelho.

                                                  Márcio Catunda

Do livro: Sintaxe do tempo, Imprece, 2005, CE

 

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