Estátua de Carlos Drummond em Copacabana (Rio), de Leo Santana, com um verso do poema "Mas viveremos"

 

A LUZ DA POESIA

Noite que sobre os ramos passa.
Acende a lua todos os caminhos.
Estrelas sobre as searas da graça.
Humanamente, semeia-se poesia
como um hino divino.

É luz na noite fecundando a terra.
Um ser que existe sem idade.
Têmporas humanas,
nas letras que acertam, que erram,
vindas de um só reino: - o da liberdade.

A poesia segue sem cajado
por caminhos  que cicatrizam no papel
a dor do amor e redimem a esperança.
O gólgota fenece
quando a música interior  é cultivada
e acorda o mestre,
que nos ensina a ver como criança.

Muito além da simbólica humana cruz
a poesia é o próprio planeta homem
que se torna luz.

Milagre de si mesmo
para  os tempos que são
e os que virão.

                              Lúcia Constantino

« Voltar