Mãe Natureza

HORA D'ALMA

Raios do sol, em crise vespertina,
se despedem das torres da catedral...
A quase noite distribui ventos que desencorajam
os movimentos de um nômade corpo
que solitário se esguia
por aquelas ruas de pedras avozinhas,
enquanto alguém,
muito longe, bem
da estrada o final,
faz, em cruz, o reverente sinal.

Ave-Maria! É Ave-Maria!
Os sinos me confessam..., cativei-os agora,
e sem coragem estou de ir-me embora
antes de se calarem essas suas vozes
acariciando montanhas com sagradas harmonias!

Enfim, a luz do tempo aos poucos vai se acovardando,
digere as preces que então se elevam...
Nos ares e nas emoções já se pressente
a celeste descida da VIRGEM, mãe eterna,
tudo clareando, tudo estrelando,
para apascentar as dúvidas de seus filhos hoje tão descrentes!

Milton Ximenes Lima

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