Estátua de Carlos Drummond em Copacabana (Rio), de Leo Santana, com um verso do poema "Mas viveremos"
POESIA 'FACTO"
Porque la tristeza es la muerte lenta
de las simples cosas…
El amor es simple y las cosas simple
Le demoran tiempo.
Mercedes Sosa
(Canción de las simples cosas)
Hoje rememorando qualquer reminiscência
Recordei que meu desejo era ser simples
Escrever simplesmente, sem culpa
Dizer das coisas que me vinham.
Tudo afigurava-se a simplicidade
Visão, pensamento, desejo
Tudo soava a mim liberdade
Os versos diziam por mim.
Mas o tempo levou-me as formalidades
Tive de refrear meus versos
Aprisionar-me nas formas
Trinta linhas dispersas em fonte Times.
Já não falava das coisas com simplicidade
Deixava que as formas me moldassem
Ajustava meu pensamento em espaço duplo
As simples coisas já não me pertenciam.
Meus versos pertencem a poucos
Avolumam-se a prêmios e antologias
Entregues a paredes e prateleiras desabitadas
Sem que alguém ouse dizer palavra alguma.
Da simplicidade a Drummond
“E Agora José ”
A liberdade acabou
Para aonde foram as simples coisas?
Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha/Dimythryus