FESTA DO ARRAIAL

                 Em memória de Cesídio Ambrogi (*)

Zé Libório saiu, viola em punho
e foi sentar-se a um canto do quintal.
A fogueira e os balões são estemunhas
que era noite de festa no arraial.

Pega lápis, papel, faz um rascunho
— o rancho, a lua atrás do taquaral,
os festejos aos três santos de junho,
tudo põe nos seus versos, tal e qual.

Vai cantar o que fez, pega a viola,
quando um "rock" explodiu na radiola
de um rapaz da cidade, seu vizinho.

Zé Libório recua... — Que desgraça!
Rasga os versos, nervoso, guarda o pinho,
entra no bar e pede uma cachaça...

                Orlando Brito

Do livro: "Sonetos", João Scortecci Editora, 1996, SP

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(*) Professor e Poeta em Taubaté, revelado por Monteiro Lobato.

 

Quadrilha

                                                  Paulo Nunes Batista