PRIMAVERA

É primavera
teço uma tela.
Pinto os frondosos ipês,
que já estavam a minha espera.
Os pincéis, as tintas...
aguardavam a inspiração na quimera.

Os ipês amarelos
iluminam,
ofuscam
e roubam a cena.
A cor amarela
sente-se a mais bela.
Envaidecida
causa fuzuês,
ansiosa,
para ter vida na tela.

Ganham vida os ipês amarelos,
reluzentes como ouro.

Ao desabrochar,
seus cachos despontam
confundindo-se com o raiar do sol.
Iluminando a madrugada que adentra
umedecida pelo orvalho,
o seu perfume vem exalar.

Silenciosa, chega a aurora!

                                      Denise Moraes

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