Fênix

I
Coabitam em mim
as cinzas dos dias passados
e o fogo presente, que me alimentam
para uma nova vida.
Será que vivo?
O tempo que passou foi meu?
Renasci quando?
Rasgo os versos e digo que vivo!

II
Sou única nesse milagre de ser.
Símbolo da regeneração,
rememoro a vida e reinvento-me
no calor do fogo - em meio à morte aparente.
Sinto-me recriada no calor da luta diária.
Criatura breve, transmutada no infinito
nascer-morrer.
Da cinza cotidiana, surge esse poema
de palavras que chegam silenciosas e
lavradas em brasa.

III
A cada dia, novas dores e a certeza
de que nada sei.
Tudo reaparece e eu tenho que
viver a plenitude do hoje,
sem hesitação.

IV
Entre mim e o mundo,
o renascer mágico e oculto
que me faz ser nova e inteira
todos os dias em que
agonizo na dor e renasço no amor.
Tal como o mito, levanto-me discreta e lúcida.
Eis aqui meus versos eternos.
Abro minhas asas para o infinito e vôo mais uma vez.

                                                                 Solange Firmino

« Voltar