TATOO

Nada mais importa,
senão o teu cheiro de macho
e o suor que nos pega e gruda e excita.
Não há lá fora,
só aqui, entre essas paredes latejantes,
por onde flui teu desejo,
onde se desmascara meu falso pejo,
e a outra toma forma devassa.
Não, não me desperta!
Deixa esse peso por sobre minhas carnes,
essa água benta a me escorrer em brasa
e a tua mão convenientemente esquecida no meu seio.
Permite que eu seja teu veludo,
desliza a boca nas vestes que são tuas.
Nada mais importa,
senão tua pele
a me tatuar as vontades
e as entranhas.

                                  Lílian Maial

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