MEUS BRANCOS CABELOS
Neste trecho da vida, nem sei se aos sessenta
ser-me-á dado atingir,ou se, no porto infausto
debruar de parceis, que a meu corpo apresenta,
esperará da morte o sórdido hausto!
 
Sei, porem, que o fogo que sustenta,
o flamejante fausto, clama sem medir
qualquer idade, mesmo tendo o pulso
exausto, o tálamo será a pira flamejante!
 
Tolhida de expandir na fala e no
papel as emoções da alma revel
tentarei descrever, derradeiro ímpeto!
 
Inquietudes, paixões e altivos sonhos,
quando acenar, impávida mostrando
o diadema brumal dos meus cabelos brancos!

                                                                                 Efigênia Coutinho

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