A MINHA AVÓ
Minh'alma vai cantar, alma sagrada!
Raio de sol dos meus primeiros dias...
Gota de luz nas regiões sombrias
De minha vida triste e amargurada.
Minh'alma vai cantar, velhinha amada!
Rio onde correm minhas alegrias...
Anjo bendito que me refugias
Nas tuas asas contra a sina irada!
Minh'alma vai cantar... Transforma o seio
N'um cofre santo de carícias cheio,
Para este livro todo o meu tesouro...
Eu quero vê-lo, em desejada calma,
No rico santuário de tu'alma...
— Hóstia guardada n'um cibório de ouro!
Auta de Souza