Velho

Antes da minha tropega velhice,
Por onde a força do meu pulso andasse,
Não sei de algema que se não quebrasse
Não sei de pedra que se não partisse.

Vinha-me aos pés o mar por que eu o ouvisse
E temia-me o vento que soprasse;
O próprio monte que eu subir tentasse
Baixasse o dorso para que eu subisse.

E em mim só resta a neve dos cabelos!
Fora de mim, a morte com seu luto,
Cheia de espectros e de pesadelos

A árvore mesma, cujo amor assombra,
Levanta as ramas e me esconde o fruto,
Derruba as folhas e me nega a sombra!

                                                  Aristeu Seixas

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