Sênior 

Amanheço
Por debaixo de colchas velhas
Entre inspirações antigas
e desejos velados

O corpo,
onipresente testemunha,
faz-se sentir em dores,
faltas diversas
e dedos viciados

É cedo e é já terminado o dia
para quem, na penumbra dos anos,
adoeceu de passado

Manhã só conheço de nome
Noite em meus ossos
Noite em minha barriga
Noite em meus lábios

Amanheço em espera infecunda
Em um dia já terminado
No dado repouso dos dias
gesto olhos cansados.

                                                              Ana Marla

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