Romanceiro do Rio Parnaíba - Canto XI
III - MINHA AVÓTecia as finas rendas na almofada,
deixando cantar bilros afinados,
dando ao desenho a trama delicada
como arrancando notas num teclado...Ela cantava arcaicas melodias,
Lembrando a mocidade na fazenda.
Na urdidura, os teares da harmonia
trnçavam algodões, pontos de renda.Enlevada a rezar com singeleza,
ouvia a voz de Deus na natureza,
que a cercava, gentil, toda florida.E narrava as histórias encantadas,
de mouros, cavaleiros, anões, fadas,
me deixando enleada, comovida.Do livro: Romanceiro do Rio Parnaíba (poesia e ilustrações da autora), FAC - Secretª de Arte e de Cultura/Guttenberg, 2003, DF
Josélia Costandrade