Casa de velhos
O abissal silêncio
persiste e ganha
do tumulto da memóriaAlgazarra jaz apenas na lembrança
Velhos burgueses
Em cofres de soberbas
ávidos, armazenam
tempo, moeda e vidaOs hotéis na montanha
acolhem-nos em suas fofas poltronas
na mesa repleta de iguarias
onde melancolicamente gastam
o produto estocadoTrôpegos e sonolentos
deixam-se ficar
sem doenças nem desejosMorrem, simplesmente
de fartura e tédioDalila Terles Veras
Do livro: "A janela dos dias", Alpharrábio, Livraria e Editora, 2002, Santo André/SP