OS RECURSOS HUMANOS E O DRAMA UNIVERSAL
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(*) Marilda Rizieri
(**) Luiz Roberto Nascimento
O objetivo deste texto é levar à sociedade como um
todo e mais especificamente os profissionais da área de Recursos
Humanos, nossas reflexões a cerca do momento de transição
por que passa a sociedade atual.
O mundo tem experimentado uma das mais turbulentas alterações
nas relações humanas, sociais, econômicas e políticas.
A Globalização da Economia, tem provocado uma competitividade
internacional acirrada, fazendo com que os produtos sejam produzidos com
qualidade e prestação de serviços voltado a um consumidor
cada vez mais exigente, ao lado de preços cada vez mais baixos.
Estas características tem feito com que as empresas produzam cada
vez mais e melhor e preço cada vez mais baixo e de maior valor agregado,
tornando produtos e serviços oferecidos mais competitivos.
Estas constatações têm levado às empresas
a pressionarem o ponto mais vulnerável da cadeia produtiva: O SER
HUMANO. Os empregados têm sido desconsiderados no atual turbilhão
de estratégias empresariais para a conquista e manutenção
de fatias de mercado, sejam nacionais ou no exterior. E é aí
que empresários percebem que a Empresa não é formada
apenas de prédios, máquinas e equipamentos, mas por pessoas,
estando nelas a chave para o crescimento da Organização.
Muito se tem falado em "Learning Organization", ou seja Organizações
que Aprendem, sendo que para maiores informações pode ser
lido o COMO AS ORGANIZAÇÕES APRENDEM:Relatos de Sucessos
das Grandes Empresas- de Ken Star Key-Ed.Campus-1998, motivo pelo qual
tem levado os dirigentes a buscar avidamente a fórmula capaz de
transformar seres até então passivos, que apenas obedeciam
ordens, em seres proativos e pensantes. Este fato torna-se um drama na
medida em que todos, buscando a solução, procuram essas respostas
fora de si mesmos, confiando em propostas imediatistas e às vezes
enganadoras.
Tanto é assim que Carlos Bernardo G.Pecotche, que revelou ao
mundo a logosofia em 11/agosto/1930, assim se pronunciou: "O drama que
a humanidade vive hoje, sem exceção de povos nem de indivíduos,
é o drama que viveu sempre, mas que em certas épocas se aguça,
quando os homens debilitam suas fontes internas e se desinteressam por
manter, e ainda superar, suas condições morais e espirituais,
que são as mesmas em todos os seres humanos."
Como se vê, a realidade das empresas é apenas reflexo
das dificuldades vividas individualmente, tanto é assim que os dirigentes
têm constado que o maior patrimônio empresarial é o
conhecimento e que a única forma da empresa evoluir deve ser através
do processo evolutivo de seus empregados, seja por formação
anterior à sua admissão ou mesmo no investimento próprio
e/ou cursos patrocinados pela empresa.
Por tanto o Processo Seletivo e o Plano de Carreira deverão
ser termos que deverão propiciar a escolha e/ou desenvolvimento
profissional e pessoal de cada empregado, direcionando-os à maximização
do potencial que tenham para o desempenho das funções que
estiverem dentro do escopo do perfil de cada cargo que estivermos analisando.
Já mencionamos anteriormente a cerca da proatividade, comportamento
psicológico a ser observado em cada empregado, sendo que aqueles
que tiverem potencial e não despertaram para esta característica
inerente aos profissionais vencedores, devemos ter uma ação
de aconselhamento para despertar/aguçar a atividade pensante, pois
estamos adentrando uma era de desafios constantes em que os vencedores
serão aqueles que estiverem à frente de seu tempo bem como
desempenhando criativamente suas tarefas e/ou fornecendo sugestões
para o crescimento próprio e da organização como um
todo.
Outro aspecto importante a ser observado de ser o incentivo a ser dado
aos profissionais no sentido de que devam Ser Ousados mas não Ireverentes,
em outras palavras toda iniciativa deve ser como se estivesse opinando
sobre seu próprio negócio(intrapreneurship), no entanto respeitando
os princípios éticos, hierárquicos e os demais
que facilitem a convivência humana.
A Valorização do Ser Humano deve ser aquela em que o
respeito às opiniões e a vida individual de cada um deve
ser levada em consideração, no entanto há que fazer
valer os objetivos empresariais, pois o que é importante os empregados
deveram consentir com as normas e procedimentos da organização,
sem que isto provoque um engessamento na atividade pensante de cada um,
como já descrito acima.
Para concluir gostaríamos de deixar a palavra do grande
pensador argentino Carlos Bernardo Gonzalez Pecotche(RAUMSOL), que em 02/mar/1946
ao falar, em Montevidéu, sobre "Os Recursos Humanos Frente ao Drama
Universal", assim teve sua palavra reproduzida no livro INTRODUÇÃO
AO CONHECIMENTO LOGOSÓFICO-pag.179
"... Previnir-se contra os efeitos derivados dessa causa é lei
do conhecimento, visto que a referida lei permite ao homem que compreendeu
o porquê de sua vida no mundo, discernir, em cada eventualidade,
sobre qual há de ser sua colocação ou sua posição
e, obedecendo ao impulso espiritual de conservação, buscar
que nada afete sua vontade nem as forças com que deve contar, cada
vez que tenha de enfrentar situações adversas."
Mais à frente, já à página 183, deixou
"...Cada um há de ser consciente do que pensa, e também,
da utilidade que poderiam ter para ele os pensamentos que estão
servindo de preocupação a todos os homens da Terra. Seria
um erro muito grave se se persistisse em continuar confiando nos demais
o que incumbe a todos por igual como dever e como capacidade de fazer;
isto é, pensar por si mesmos, buscando a solução de
seus respectivos problemas, tanto quanto o permita a capacidade.
Continuando, podemos encontrar o seguinte, à página 185:
"Se queremos possuir uma idéia para servir-nos dela e obter
felicidade, comodidade, alegria, etc., será necessário, antes
estarmos bastante seguros de que, quando a possuirmos, iremos saber ser
leais a ela, donos dela, não a fazendo servir jamais a fins mesquinhos
e inferiores, porque feriríamos essa parte de natureza sobre a qual
toda idéia nobre parece estar incrustada; e, ferindo-a, se produziria,
como conseqüência lógica, a degradação
da mente, diminuindo de forma considerável as prerrogativas para
uma nova conquista."
_________________
(*) Marilda Rizieri: Pedagoga e Profissional de
Relações Humanas
(**) Luiz Roberto Nascimento: Pós Grad. Finanças,
Gerente Financeiro
Página atualizada em 20 de setembro
de 1998
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