Que Brasil é este que nos faz repensar o próprio sentido
de brasilidade? Não, não queremos o Brasil pulsando apenas
em Copas do Mundo, quando, em bom número, nos tornamos histéricos
patrioteiros. Não, não queremos o Brasil da impunidade política,
como acaba de acontecer, escandalosamente, em São Paulo. Não,
não queremos o Brasil da lavagem cerebral imposta pela ditadura
direta ou indireta da mídia, da merdiocridade e do governo foderal.
Não, não queremos o Brasil da revista Caras e do Programa
da Hebe, o Brasil do neoliberalismo selvagem. Queremos, isto sim, o Brasil
do MST e das lutas dos trabalhadores, o Brasil dos ideais libertários
e libertinosos, o Brasil da aventura criadora em arte e literatura, o Brasil
das Universidades públicas democráticas, autônomas
e de qualidade. O Brasil do sonho e da esperança, enfim, mesmo quando
sabemos que, para desgraça nossa, fernando henrique é o collor
que deu certo para as elites, assim como ciro gomes poderá ser o
fernando henrique que dará certo para os pseudo-antifernandistas.
Afinal, os dois, e mais ACM, Maluf, Pitta, César Maia e collor de
melleca são farinha do mesmo saco podre. Em tempos idos, em plena
ditadura, já se perguntou: que país é este? Fizeram
do Brasil um brazil qualquer e ainda querem que fiquemos satisfeitos com
a atual situação...
In: Balaio Porreta, de 15 a 22/07/2000 <http://www.balaioporreta.hpg.com.br>
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