As margens que banham teus braços de verdes encostas, Baía de Guanabara, inebria a mais andarilho espírito.
Nelas passeio com olhos apaixonados, e passos de poeta. Sigo pelas areias finas, rente às águas atlânticas; subo e desço, na paz, suaves morros que me levam sempre a outros recantos de Niterói, assim como para novos e panorâmicos ângulos do outro lado da margem, na verdade, o outro lado do Rio, assim te classificaram, os primeiros que aqui chegaram, num janeiro de séculos atrás.
Vejo, então, o morro da Urca, o Cristo, e até a Pedra da Gávea. Vejo também várias Serras e, de certo lugar, alcanço o pico “Dedo de Deus”. Não esquecer os bairros de Copacabana, Botafogo, Flamengo, Centro.
Sim, de cada parte deste teu braço, baía, vejo o todo, de tão... quase perfeita que é, não fosse a incapacidade de todos na sagrada missão de te preservar as águas puras, antes, habitat de golfinhos que acompanhavam a travessia das Barcas Rio/Niterói.
Ah, Forte de Santa Cruz, Jurujuba, da linda comunidade de pescadores, de Thorben Grael, da praia de Adão e Eva, de vistas para as disputadas praias oceânicas de Niterói. E vem Charitas, o parque da cidade lá no alto, com muitos vitoriosos Ícaros. E chego à Enseada de São Francisco, Praia de Icaraí, das Fechas - no Ingá. Subo para o glorioso MAC, desço para o forte do Gragoatá, passando pelo Campus da UFF, e do outro lado está o Aeroporto Santos Dummont, e vem o Centro, e segue o passeio baía adentro.
Pois é, duas beldades te abraçam, duas lindas e peculiares cidades. Como poeta apaixonada, enquanto caminho às vezes paro para um abraço, e de você recebo em troca um verso beijado com a energia de uma brisa encantada.
Margens calmas,
Mágicas águas Mestras!
Tânia Barros