"Quando uma pessoa é o próprio núcleo, ela não tem mais divergências". (Clarice Lispector)
Estou novamente só, o que me deixa alegre,
vieram Segunda e se foram Terça, eles realmente são pessoas
que existem, mas não possuem existência. Não refletem
jamais, isto, talvez, para minha mãe, seja bom, porque todos os
seus sofrimentos a uma pessoa reflexiva, causaria a demência. Ela
finge que não sofre, representa muito bem por sinal, se anulou,
resignou-se ao que lhe foi ofertado. É exacerbadamente extrovertida,
não consegue viver no silêncio. O silêncio para ela
é fúnebre. Apesar das magoas, penso que sou o único
de toda família capaz de compreendê-la plenamente.
Mais um dia e acabo este semanário. Quis
compartilhar uma semana com você, hoje, comprei dois livros “Histórias
e sonhos” de Lima Barreto e “As Revoltas Modernistas na Literatura” de
Otto Maria Carpeaux. O próximo livro que comprarei será “Vida”
do Paulo Leminski. Estou terminando “Sidarta” do Hesse e depois, possivelmente,
vou escrever sobre Manoel de Barros e Paulo Ramos Filho.
Lá por cinco de janeiro, continuarei minha
pesquisa sobre Cora e Mistral, preciso encontrar dois bons livros sobre
o Chile, um de História e Literatura, outro sobre o folclore chileno.
Fico com o sono. Amiga minha.
[30 – 12 – 00]