COLUNA DE THATY  MARCONDES 
Na área empresarial, trabalhou na implantação de projetos de administração, captação e aplicação de recursos, e ainda em redação e revisão de textos técnicos. Nascida em Jundiaí, reside atualmente em Ponta Grossa/PR.

2ª quinzena de dezembro

Como é difícil entender!!!

Dilema nº 1:

À noite, na tentativa da técnica ” ler dá sono”, começo a ler RUBEM FONSECA – “O SELVAGEM DA ÓPERA”. Terceira página e lá vou eu ao “pai dos burros” pra entender um monte de palavrinha difícil ou em desuso, no mínimo. Ta certo, o autor está escrevendo um roteiro pra cinema sobre a vida de CARLOS GOMES, mas precisa usar o palavreado da época do dito cujo compositor?

Dilema nº 2:

Desisto do RUBEM FONSECA e vou tentar novamente ler Hilda Hilst – “ eitha ” mulher danada de inteligente e culta. Tão inteligente e culta e boa de memória, que testa o leitor de cara, falando nas tais das MITOCÔNDRIAS. E ainda debocha! Pode? Vou a um simples “pai dos burros” ou a um dicionário científico?

Dilema nº 3:

Desisto da leitura e rememoro a última semana, na qual comecei tratamento de saúde. Fui a um médico ortomolecular (antes, olhei no dicionário pra tentar entender). Ele me passou um monte de remédios. Deixei boa parte do meu escasso salário de aposentada afanada em parte pelo IR todo mês e todo ano e comecei a ter insônia. Como não consigo dormir (óbvio – o dicionário explica – basta ver o verbete “insônia”) e resolvo pesquisar o último remédio do dia, um tal de TRIPTÓFANO. Digito no Google a fórmula completa e não entendo “ lhufas ”: se aquele comprimidinho difícil de engolir duas vezes ao dia é pra depressão e insônia, como que perdi o sono desde que comecei a ingerir essa coisa?

Dilema nº 4:

Num misto de vergonha e curiosidade, apelo a um amigo médico, doutor de mulheres e de letras, perguntando pra ele: “ Diabéisso ?”. E qual a resposta? É um AMINOÁCIDO!

Conclusão:

Pra ler, ir ao médico, conversar com os amigos e enviar e-mail na vã tentativa de curar minha insônia, só mesmo voltando ao científico pra medicina (nome do curso na minha época) no Colégio Bandeirantes ( chi , meu salário não dá nem pra saída) e tentar o “ vestiba ”.

Meu Deus, como sofre um leigo em MITOCÔNDRIAS, AMINOÁCIDOS e PERIFÉRICOS CELULARES!

Por quê eu não fiz medicina?

Ah , quer saber? Já que os “Aminoácidos Raymundísticos ”, as “Mitocôndrias Hilstinianas ” e os “Maestros Fonsequianos ” não curam minha insônia, o jeito é escrever cartões de Natal pra passar o tempo.

Primeiro a minha cartinha pessoal:

“Querido Papai Noel,

Só quero um presente este ano: um médico que fale de maneira prática e informal com uma pobre e mortal leiga praticamente inculta em assuntos medicinais e celulares.

Como? O senhor foi geneticamente alterado? Não existe mais? E o Natal? E aquela história de nascimento de Jesus, Missa do galo, árvore de Natal, etc? Desintegraram o senhor pra pesquisa molecular? O Santo Sudário foi radiografado?

Socorrooooooooooooooo ... .! !! ”

Em todo o caso, por via das dúvidas, vai que só eu estou pirando por excesso de PROTEÍNAS, ENZIMAS ou outro palavrão científico, meus simples e cordiais votos de

FELIZ NATAL E UM 2005 REPLETO DE HARMONIA E PAZ UNICELULAR!

Desligando o ano e os neurônios. Câmbio.

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