2ª quinzena de março
Um pai e tanto!
Hoje, 15 de março, seria aniversário do meu pai. Não me lembro em que dia ele morreu, apenas que era maio, sábado, véspera de dia das mães. Se estivesse vivo, ele faria 90 anos. Uma bela data pra se comemorar. Pena que ele não esteja aqui, mas, mesmo assim, vou erguer um brinde em sua memória, pois tive um paizão . Um pouco diferente dos pais normais que se vê por aí, pela vida afora, ele teve 6 filhos de 4 mães diferentes: 3 homens e 3 mulheres. Mas na hora da doença, quando ficou muito ruim e pressentia-se a sua partida para muito em breve, apenas eu e um de meus meio-irmãos nos mexemos. Por razões diferentes – mas isso não vem ao caso.
Meu pai pode não ter sido perfeito, mas foi exemplo de muita coisa, pra muita gente, e, fiel aos seus princípios, sempre teve caráter e defendeu os mais fracos. Um ser humano de coragem e audácia. Sozinho lutou suas batalhas em defesa de desconhecidos, de desesperados, de desaparecidos.
O muito que sabia e que podia ter deixado em livro, diário, enfim: qualquer forma de registro, ele preferiu levar consigo. Da mesma forma, colocou na mala seu heroísmo silencioso e secreto, e também levou junto.
Eu fiquei. Fiquei sem meu melhor amigo, sem seu ombro, sem sua lucidez quando estou em crise, sem suas histórias malucas ou de coragem, sem suas lembranças dos ancestrais que não conheci. Mas ele permanece em minha história.
Um brinde, pai: feliz aniversário!