Recentemente, tive um namorado super mulherengo. Ele era um amorzinho em todos os outros aspectos, mas, coitado — não podia ver mulher. Na época, eu estava preparando uma festa na qual ele, que era dançarino, iria se apresentar.
Durante um fim-de-semana, ele sumiu — e carregando uma soma considerável de dinheiro que precisava me entregar. Ficou desaparecido por uma semana.
Ao retornar, desavergonhadamente me contou, com entusiasmo e de cara lavada, que havia encontrado uma dançarina espetacular, e que havia entrado em conversa para que ela o acompanhasse na apresentação. Encurtando a história: gastara toda a semana e todo o meu dinheiro atrás da mulher, tentando convencê-la a ir para a cama com ele. Claro que rompemos ali mesmo. Perdi o dinheiro e me livrei do cara.
Uma semana mais tarde ele voltou, rabo entre as pernas.
"Cadê a dançarina?"
"Não quero falar nisto."
Depois de muito puxar, já prevendo que a coisa seria hilariante, consegui que ele murmurasse: "A gente saiu, e ela aceitou ficar comigo."
Eu esperando. "Daí a gente foi pro motel."
Eu caladinha. "Ela tirou a roupa..."
Eu não disse nada. "...e era um travesti... com silicone nos seios..."
Eu ri. Ri até molhar a cama. Valeu a pena cada centavo que perdi com a história.
Como sou Mestra Magista, ele me acusa de ter causado a coisa toda para me vingar de tempos passados...
Não causei. Ou será que...??
Dalva Agne Lynch