Quando cheguei por aqui entendi Caetano.
Por ser do mato, quase não tinha amigos. São Paulo era feia, quadrada e mecânica. Como poderia perce-bela? No ônibus, me sentava do lado de alguém, ouvia a conversa dos outros e descia na rua. Todos os dias na mesma: sem nome, sem número, sem casa, sem rua.
Até que fiz meu primeiro amigo. Lembro-me, como se fosse hoje, quando vi sua casa pela primeira vez. Porta verde em parede bege, na rua onde passava o ônibus. E foi assim que surgiu, pra mim, a rua Nascimento.
Engraçado é que este mesmo nascimento re-aconteceu ontem.
Após mais de um ano caminhando pelas ruas da internet, conheci um
@ de carne, alma e osso. Alguma coisa acontece na minha interface. As letras,
agora, parecem manuscritas. Os gifs e papéis de parede parecem pintados
com giz de cera.
O mundo eletrônico não é mais eletrônico.
Marcelo Ferrari