A economia de mercado ribeirãopretana não considera os
direitos humanos dos diabéticos ao retirar das gôndolas dos
pequenos, médios e grandes supermercados e dos hiper-mercados quase
todos os produtos “diet” (sem açúcar e com baixas taxas calóricas).
Com o aumento estratosférico nos preços destes alimentos
indicados aos diabéticos por médicos endocrinologistas, estes
itens da dieta cotidiana destes doentes simplesmente não são
mais expostos ou oferecidos na terra do médico e ministro da Fazenda
Antonio Palocci Filho. Nas gôndolas de produtos “diet” restaram apenas
adoçantes e gelatinas sem açúcar (e olhe lá!).
Nesta nova era de éticas escalafobéticas, empresários
“progressistas” esqueceram-se que os direitos humanos foram e têm
sido uma das justificativas ideológicas para o avanço mundial
da economia de mercado (a mesma que estabelece como dogma o câmbio
livre e flutuante, etc.). (...) Nunca gostei de Campari, não consigo
ficar calmo ao ver sangue humano ou de animais escorrendo pelas calçadas
e ruas. Acho o vermelho uma cor aterrorizante, indigesta, arrepiante e
trágica. O azul não é a minha cor favorita. Gosto
mais do verde (como Federico Garcia Lorca) e do dourado.
EXPOSIÇÃO BELZEBÚ FERRABRÁS – 2003.
Não esqueçamos que desde a Antiguidade (asteca, chinesa,
egípcia, iorubana, romana ou mesopotâmica) a retórica
e as armas (mantidas pelos poderes estatais e econômicos) sempre
foram ferramentas indispensáveis aos mantenedores de uma ordem ou
de um “status-quo”. Exemplos: escribas, sacerdotes, tribunos, oradores,
guerreiros, comandantes militares, poetas, embaixadores, juristas, mandarins,
sermonistas, etc. O que nos incomoda enquanto “radicais livres” não
está relacionado ao fato de Carlos Drummond de Andrade, Machado
de Assis, Gonçalves Dias, Mário de Andrade, Autran Dourado,
João Guimarães Rosa, Murilo Rubião, Vitor Nunes Leal,
Darcy Ribeiro, Vinicius de Moraes, João Cabral de Mello Neto ou
Gilberto Gil terem sido funcionários públicos influentes
ou não. O que é problemático e discutível é
o comprometimento, o vínculo ou a vizinhança entre artistas,
intelectuais e escritores e os poderes constituídos ou embrionários.
Esta é uma preocupação filosófica da nada radical
Hannah Arendt, pensadora judia-alemã. Lembra-se dela, imortal Carlos
Heitor Cony? Encerrando este aporte eu lhes digo, meus apóstolos:
as armas matam pelo coração e as palavras nos matam pelas
nossas consciências. Ambas nos são fatais. O intelectual nazista
Goebbels já dizis: o que importa é a versão e não
o fato.
José Luiz Dutra de Toledo
3/5/03