A tia de olhos muito verdes apontava-me o mar e seus navios Mareava
meus olhos naquelas velas verdes e marinheira subia alto nos mastros Comandava
a embarcação E eram olhos e velas e eram mares e mastros
e era eu capitã sem nenhum percurso a percorrer águas de
infinitas colorações Atravessei-as Gaivota em
busca dos trópicos A tia e a infância ficaram-me distantes
A terra e o cheiro da uva e de lugares ficavam para sempre impregnando-me
as asas.
Hoje tia não mais marinheira capitã de médio curso
apronto outras embarcações a sobrinhos desatentos que sonham
ser astronautas
Dalila Teles Veras