Fiquei triste e pressionado com muitos e diferentes problemas.
Tenho andado doente.
Meus horizontes não são mais os mesmos.
O por do sol anda opaco e as estrelas sem aquele brilho.
Meu passo é lento e a chegada é sempre mais demorada que antes, o caminho mais longo e as subidas mais íngremes.
Meus afazeres são poucos, únicos e tediosos, só a repetição do acordar, comer e dormir e isto não é vida de um homem como eu sou. Estou acostumado a produzir e gerar riquezas, bens e dinheiro, muito dinheiro.
Preciso me movimentar mas minhas pernas parecem pesar duzentos quilos cada e estou mais magro a cada dia que passa.
Não tenho ânimo nem vontade.
Não quero comer, beber ou me divertir, não é charme ou vaidade, é aquela ponta de infelicidade que tenta se apossar de todo meu corpo.
Ando preferindo a solidão, a calma e a distância de tudo.
Quero somente o silêncio da noite ou quando muito o barulhinho baixinho da água caindo da cachoeira.
A vida parece ter perdido o sentido e eu a vitalidade que fazia com que meu corpo enfrentasse cem touros, como eu.
Minha inteligência, ainda a única incólume a tudo mais que se subjuga à depressão mostra-me caminhos tortos, outros incertos e sempre frisa o fim, como se o término fosse a tentativa de um novo início.
Não quero vegetar.
Quero trabalhar como leão, ter outros filhos, uma nova casa onde possa eu mesmo fazer e mexer no jardim, pisar na terra e caminhar descalço sobre minha propriedade, meu lar, ao lado do meu amor...
Preciso de tão pouco e este pouco anda tão distante de mim.
Quem sabe alguém sabendo de minha vontade poderia me oferecer a mão que me falta as vezes a me indicar o caminho correto da redenção.
Agradeceríamos, penhorados, eu e meu coração...