Homenagem

François-Marie Arouet viveu boa parte da vida em Paris. Lá foi preso por lhe ser atribuída toda boa anedota sobre o duque de Orléans e mais tarde preso novamente por desafiar um cavaleiro para um duelo, além disso também cultivou confusões na Holanda, Alemanha, Inglaterra e qualquer outro lugar que tenha pisado.

Defendeu Calas, um pai acusado injustamente de ter assassinado o próprio filho, e foi aclamado pelo povo. Conheceu D'Holbach, Condorcet e Montesquieu. Ganhou uma coroa de louros da Academia Francesa após ter sido aplaudido exaustivamente durante vinte minutos! Como se não bastasse, escreveu nas horas vagas, entre uma prisão e outra e mesmo durante a sentença, os melhores contos filosóficos da história ocidental.

Faleceu em 1778 e doze anos depois, quando seu corpo era levado de volta à Paris, setecentas mil pessoas acompanharam o cortejo.

Trocando em miúdos, François, conhecido também como Voltaire, realizou todos meus sonhos pelo menos duzentos e quatro anos antes de eu ter nascido.

Sabendo disso os senhores derrubam minha porta, tiram-me da cama e gritam "escreva uma crônica!"

Vejo que o sadismo não tem limites.

Richélisson Corteletti

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