A SAÚDE PELA HORA DA MORTE
O sistema de saúde brasileiro está pela hora da morte. Se você não é cantor de rock e não tem grana pra ser ressuscitado lá no Copa Door e se seu plano de saúde aumentou por volta de uns 180% fique esperto porque as portas já estão se fechando para você que logicamente não estará indo para o Quinta Door mas sim para o Quinto dos Infernos ou desta para melhor, eu espero.
O Maluf, por exemplo, que parece não ter medo da morte e nem precisar de um plano de saúde, porque já que fez a sua previdência privada quando era prefeito de São Paulo, disse que só vai passar uns 30 minutos no purgatório.
Se você ficou enjoado por causa isso, imagine só os moradores do Lago Sul que estão apreensivos porque uma epidemia de hanta-vírus já chegou à Ceilândia e aproxima-se de Brasília. E o que eles farão quando os ratos começarem aparecer em suas piscinas e entrar pelos ralos da cozinha? Mas afinal de quais ratos estamos falando?
Enquanto isso será que o ministro Humberto Costa já removeu pedra sobre pedra no caso dos vampiros da saúde, como lhe pediu o presidente Lula? Um bom remédio pra memória do contribuinte seria lembrar que o homem de confiança do ministro e que comandou a fraude, o Sr Luiz Cláudio Gomes da Silva, vulgo Brinco ou Careca, ainda não abriu o bico em juízo, isso se abrir ou mesmo e se for levado a julgamento.
Se você está careca de saber o final dessa história e acha que tudo isso é uma grande brincadeira de mal gosto com a sua saúde mental reze para não ver adiada mais uma vez aquela cirurgia de retirada das pedras dos seus rins, principalmente se for nos hospitais da rede pública do Rio de Janeiro.
O de Ipanema, situado num dos bairros mais nobres da cidade, as cirurgias diminuíram 70 % em relação ao ano passado, situação que não é tão diferente nos outros hospitais das redes municipais e estaduais, onde a fiscalização da Saúde Pública detectou falta de medicamentos e higiene.
O negócio é não ficar doente e virar atleta olímpico que terá sua saúde garantida pela Golden Cross, em Athenas, pelo menos no período dos jogos. Mas se você for daquele outro tipo de atleta que tenta sobreviver aos obstáculos montados na periferia das grandes cidades, se correr descalço o bicho de pé te pega e se ficar parado o mosquito da dengue te come e aí meu amigo é correr pro abraço da morte e subir no podium dos perdedores olímpicos.
Tente a mente sã e o corpo são, mas se a coisa pegar, corra mesmo para o pai de santo, o sal grosso ou tente um contato com a Jorgina de Freitas, a maior fraudadora do INSS que agora lá na penitenciária está lutando pela saúde das detentas. No final das contas você será apenas uma estatística. Descobrirão mais tarde que o governo gastou mais recursos tentando te curar do que te dando saúde sanitária desde o momento que você surgiu por aí. Pelo menos morra esperneando.
Luiz Carlos Pires