Não, Silêncio não

               Quando erguemos um site ou qualquer página eletrônica, atualizamos os escritores e poetas, creiam que o fazemos com muito amor e carinho. Essa atividade exige atenção,cuidados, concentração e só realizamos quando existe uma dose imensa de sensibilidade. Porque além disso temos que cuidar dos nossos próprios escritos.E fazer com que o pensamento percorra outro caminho em direção dessa vez de nossa própria inspiração e mergulhando corpo e alma no que estamos transmitindo.

               É isso que empreendemos com muito amor toda quinta-feira, deixando-nos envolver pela realização dos sonhos de todos que nos lêem e não fazemos nada disso para receber “muito obrigado” ou elogios. Mas não posso deixar de reconhecer que é gratificante que o silêncio seja quebrado e “ouçamos” críticas, opiniões favoráveis ou sintamos o entusiasmo e a vibração de todos que estejam dispostos a fazê-lo. Costumo dizer “Silêncio, não” em tudo que a vida se me apresenta.

               Há poucos dias morreu em pleno exercício de sua profissão o jogador Serginho com apenas 30 anos, uma vida pela frente, muitos projetos a realizar.E o mundo inteiro se emocionou com aquele jovem desmaiado, enquanto seus colegas no campo e nós expectadores chorávamos de desespero e aflição pensando na agonia que ele estava passando e na família desse rapaz que jogava vibrantemente.

               O que quero dizer é que ele viveu empolgado com o que fazia, apesar até de saber que tinha uma anomalia congênita no coração. Não sabemos as razões porque preferiu se arriscar, mas estamos certos pelos fatos, que o seu “viver intensamente” era a coisa que mais parecia movê-lo. O Brasil está realmente enlutado.

               E que dizer de nós que estamos ainda caminhando, com diversos motivos de empolgamento e simplesmente ficamos calados no silêncio estarrecedor? É isso que pensamos, que eu particularmente penso nessas horas em que com ternura imensa trabalhamos em todas as páginas do VMD/Nascente. Não desejamos elogios, não queremos mover ninguém a dizer palavras elogiosas , mas mesmo sendo impotentes para mudarmos atitudes ou reações, lamentamos o silêncio. Não por mim. Mas por nós. Por todos nós

               A vida está aí para ser vivida e com toda a força, alegria, vontade e usufruída em momentos que não voltarão jamais. E depois de acontecimentos como foi o dessa semana, imagino que eu deveria ter vibrado ainda mais vezes do que o faço porque temos a natureza a nos envolver, pessoas que nos amam e a quem amamos, a luz, o sol e a beleza de todo o universo e penso que estou sendo egoísta ou indiferente quando ouço uma música por exemplo e não acompanho seu ritmo harmonioso e enternecedor. É um mundo calado e reservado, porque todos nós dificilmente pensamos nas coisas positivas que nos cercam. Vamos acordar, ouvir, sentir, amar, antes que a existência passe na sua desesperada escalada e não dê mais tempo. Vamos olhar o nosso irmão ao lado. Ouvir seus soluços ou sorrisos, nos integrar em seus sentimentos, deixar que ele fale e aí sim, silenciar na expectativa de suas palavras.

               É isso que esperamos toda semana, com amor inexcedível, trazendo, colocando no ar, em qualquer circunstância, chova ou faça sol, a nossa divulgação atualizada de eventos culturais e artísticos e o site VMD do qual nos orgulhamos porque neles estão a vida, arte, talento, sonhos de vocês nossos leitores e companheiros de todas as semanas.

               E se fazemos tanto questão de quebrar o silêncio é para que possamos nos aperfeiçoar nos textos ou divulgações, porque com mais amor seria impossível na profundidade que o sentimos.Entretanto acima de tudo meu parceiro Luiz Alberto Machado e eu queremos agradecer a paciência e o carinho com que nos lêem e acompanham porque essa alegria é um lenitivo extremamente compensador.

               E é por essa razão que dizemos com ênfase e trazemos para nós mesmos essas palavras:

               Não, Silêncio não!

Vânia Moreira Diniz

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