AS ALMOFADAS DE DONA NOQUINHA

Éramos novos e sem juízo, mas também éramos completamente apaixonados um pelo outro...
Cris foi a primeira, e como eu, conhecemos e descobrimos juntos todas as artes do amor...
Foram anos, momentos inesquecíveis de dois jovens descobrindo o amor e o sexo...
Fizemos tantas loucuras embalados por Kate Bush, Deep Purple e pelo tesão adolescente que nos subia a cabeça e todo o corpo...
Não resistíamos um ao pedido do outro, muitas vezes só com os olhos...
Mesmo com todos em casa, seus pais e irmãos que, diga-se de passagem, eram bravos e arredios, fechávamos discretamente a porta da sala e deixávamos a fantasia tomar conta de nós...
No início, beijos sem término e a beleza do corpo do outro nos alucinava e ficávamos horas bolinando um ao outro...
Quando eu chegava na casa de Cris, e ela se com saia estivesse seria a deixa que queria brincar...
Usava saias largas e longas, que escondia as pernas grossas e totalmente raspadas que fazia questão de manter para me provocar...
Sentávamos na sala, e nós, aproveitando das enormes almofadas que compunham o ambiente, colocávamos estas sobre nossos colos...
Sentados no sofá, nossas mãos se engalfinhavam na roupa um do outro, procurávamos o sexo oposto e eu com as pontas dos dedos localizava sem erro aonde sabia que Cris ficaria molhada facilmente...
E naquele movimento de vai-e-vem ela ia escorregando do sofá possuída de desejo, abrindo cada vez mais sua pernas, me deixando claro que seu orgasmo era eminente...
Caladinha, atenta aos movimentos da casa, Cris gozava abrindo um sorriso maroto, e seus olhos de jabuticaba, me deixavam claro que agora era ela quem queria brincar comigo...
Quantas vezes entraram pessoas na sala, e eu, com meu membro completamente ereto, me refugiei nas almofadas de Dona Noquinha...
Ah se ela soubesse que suas almofadas eram usadas para tal fim, provavelmente teria mandado "Denny", o pastor-alemão da casa, me atacar...

Xande Rêgo

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