CYBERSEXO
“Fazer sexo, segundo se pensa, no mundo virtual”
exige rasgar a fantasia, ser libertino, ser grosseiro,
como homem macho para dominar a fêmea
puta (não a puta fêmea), ser imoral “agredindo
os costumes”.(MANECO SAUER)
MAS AFINAL, o que vem a ser Cybersexo?...
“Cybersexo, uma das mais novas expressões da sexualidade moderna: o sexo virtual, que pode ser definido como a busca pelo prazer usando a interatividade da internet ou um conjunto de fantasias eróticas intermediado pela Web, e engloba desde o hábito de navegar em busca de fotos pornográficas e de criar um clima agradável no lugar onde fica o computador até entrar em salas de bate-papo, com Nickname (nome escolhido), para iniciar uma conversa picante e se masturbar.” . E a psicóloga Lúcia Tavaloro continua: “Quem gostar do nick se aproxima. E, dependendo da aproximação, o papo continua. Quem se expressa melhor tem mais chances de conquista. O jogo de sedução não tem troca de olhares, mas de palavras (...). Essas pessoas passam mais de onze horas por dia visitando sites pornográficos, chats eróticos e verificando se os parceiros responderam às suas mensagens. Esses sites de encontro variam de pessoa para pessoa, mas alguns lêem no site uma frase de chamada que chama a sua atenção, como por exemplo, “procuro alguém pa-ra gastar os créditos do celular . Escreva-me, se vc estiver procurando alguém para ser seu para sempre, tiver menos de 38 anos, simpática, formação superior (ou cursando), de preferência não fumante... se for bonita, melhor ainda!”. Ou então alguém escreve “quero casar...vc quer? estou a sua espera, procuro uma mulher entre 45 a 60 anos... descarto as viciadas em anúncios de casamento que estão a procura do impossível... pois sou possível!... divorciado, moro sozinho, origem européia, curso superior completo, quatro idiomas, dois perfeitos e dois o suficiente; 1,73 m, 90kg, branco, não fumo e em bebo, não careca, boa presença, mando foto e telefone na 1ª correspondência... coisa séria; as não qualificadas se omitem e não marcam outro encontro. Passam-se alguns dias sem que haja outro contato, depois ele volta e a procura no seu nick... Outros, na maioria das vezes, desaparecem num surpreendente piscar de olhos. Do nada chegam e invadem a vida daquela pessoa, encantam-na e desaparecem em seguida, sem explicação (...). A máscara irreal da virtualidade esmaga o mundo real.
Afinal, quem está na Internet? Todo mundo que você também encontra na vida real. Gente em busca de aventuras, debochados... vai encontrar muitos que ensebam sem razão aparente e diversos apressadinhos. Eles preenchem os cadastros dos sites disfarçando bem, escrevem frases românticas e... tentam. Por isso, a mulher estranha o sumiço de u m galante cavalheiro com quem teve um encontro inesquecível onde não rolou uma boa paquera e alguns que se contentaram com uns poucos e-mails, outros que desapareceram depois de muita insistência, ou melhor, muitas linhas, ou aqueles que teclam quilômetros, mas não mostram a cara a não ser por fotografias pode tirá-lo do pensamento. Desconfiem de quem pergunta muito e revela pouco sobre si mesmo, e principalmente acredite em tudo que é escrito. E é melhor não mentir sobre sua idade ou aparência. Se alguém gostar de você, pode se decepcionar tanto ao conhecê-la que não irá perdoá-lo nunca mais. Se quem lhe interessar não incluiu foto no perfil, peça-a logos no primeiro e-mail. Se não receber, pare de escrever para essa pessoa. Ou se a pessoa não lhe agradar, esqueça. Em geral não vai ficar melhor ao vivo – o normal é que pareça pior, ou tenha lhe enviado uma foto de dez anos atrás. Sobretudo tenha cuidado com homens que queira lhe telefonar muito depressa, e também dos que insistem em sair depois de pouquíssimas mensagens trocadas, geralmente estão buscando sexo fácil. Tenha muito cuidado para não escrever muito mais mensagens que o parceiro de correspondência para não parecer uma pessoa pegajosa ou insistente, sufocando o cara com seus e-mails. E escreva textos com uma boa dose de mistério – ninguém tem muito tempo para ler mensagens quilométricas, no corre-corre da vida moderna. E não vá entupir a Caixa Postal do outro com piadinhas, poemas, músicas ou mensagens esotéricas. É o tipo do internauta indesejável
De frustração em frustração aprendi a não me envolver tanto e que cada pessoa é completamente diferente da outra. Ter expectativa é ter esperança. Sonhar é ótimo – mas se preservar contra mágoas é melhor ainda. Há gente de todas as categorias nos canais de conversação. Conheci empresários falidos e bem-sucedidos, executivos, especialistas em informática, advogados, engenheiros, economistas, pesquisadores e até um ex-piloto da Varig, com idade variando de 23 anos a 50. Alguns se contentaram com uns poucos e-mails, outros desaparecem depois de muitas frases românticas e tentadoras. Alguns eu mesma despachei, porque não tinha tempo para investir num relacionamento puramente sexual num primeiro encontro – e é atrás disso que os homens estão. Quando deparam com alguém que querem ser seduzidas à moda antiga, devagar, e sem pressa, eles inventam um romance fictício. Se não der certo saem atrás de presas mais fáceis... E dá uma dor imensa em quem sofre a rejeição (dor geralmente incompreendida pelos que estão e fora), porque os dois já estão a um bom tempo “namorando pelas letrinhas”, tanto quanto estariam ao vivo e em cores. Mas não há como negar a eficácia do meio, mesmo que seja para trocar apenas algumas palavras carinhosas, um elogio, uma foto ou mesmo concretizar uma paquera.
Fui muito assediada por jovens na faixa de 20 anos que estão a procura da experiência de uma quarentonas, para aprender o que as mais jovens não sabem e para realizar suas fantasias. O que buscam é cama, e rápida, e de preferência de uma vez só. Ou duas... Mais que isso, só se você for uma Vera Fischer.
Durante treze meses de naveganças aprendi que não se deve enclausurar por uma paixão virtual e ficar sofrendo por ela: sentir paixão sem conhecer a pessoa ao vivo é fantasia pura, ilusão à toa.. Não vá com muita fome ao pote: os relacionamentos à moda antiga, com muita conversa e pouca ou nenhuma “agarração” no início. O importante é que o casal atenha tempo para sonhar, ansiar, desejar. E, é claro, se conhecer melhor. Com a Internet, os relacionamentos se tornam globalizados e nada impede que, por exemplo, uma brasileira conheça. Visite e até se case com um búlgaro depois de trocar mensagens com ele em um xaveco cibernético.
Os tempos, definitivamente mudaram. Antes, qualquer namoro começava com um olhar, crescia com um sorriso, se afirmava em uma conversa e ficava selado quando se pegava na mão. Um abraço, um beijo ou mesmo uma transa só aconteciam mais tarde, meses ou talvez anos depois. Hoje, sequer os nomes verdadeiros são usados na paquera e os pombinhos, em frente à tela do computador digitam cantadas em substituição aos olhares mais atenciosos do passado. Em tempo de Internet, o namoro é sinônimo de aventura, diversão, expectativa e, em alguns casos, mentira e frustração.
Os amores virtuais parecem mais fadados ao fracasso que ao final feliz. E quem sofre são os românticos. Acontece que um ou outro, na maioria das vezes, não gosta da imagem do parceiro e a coisa pára aí. E quem gostou da outra pessoa fica tremendamente frustrado, sentindo-se até mesmo rejeitado. Ou, então parte de novo para uma busca desenfreada, sem compreender que, relacionando-se apenas pela rede, dificilmente vai encontrar quem procura. “Amor virtual é virtual mesmo”. Se de santo casamenteiro a Internet não tem nada, é uma fantasia absoluta. É pior que nos amores platônicos, pois, nestes, as pessoas pelo menos se apaixonavam por alguém que já tinham visto e com quem, às vezes, haviam trocado algumas palavras. Era um namoro na ponta dos dedos. De frente ao teclado, em lugar do olho no olho, o olho na tela...
“O Amor é cego,”mas, quem se arrisca a buscar um amor virtual deve ficar de olhos bem abertos. Como Cupido, a Internet não é dos melhores, afirma a jornalista Alice Sampaio, que de tanto ouvir falar em quem encontrou a cara-metade pela Internet e de ouvir maravilhas sobre o amor à primeira teclada, re-solveu tirar a história à limpo com seus próprios nicknames (apelidos) e como na vida real, aqui os usuários usam a Internet para “ficar” com quatro ou cinco pessoas na mesma festa e continua sozinho. Muitos fazem isso em uma velocidade impressionante: em um ou dois dias já se cansam de conversar e vão logo para o telefone marcar um encontro. Outros, ao contrário, só querem saber de papo virtual – e ficam nisso por meses ou mais, como acontece na vida real, é claro que esse comportamento foi transportado também para a Internet, com afirma Alice Sampaio, em seu livro Amor na Internet – Quando o Virtual Cai na Real, também eu embarquei nessa e vivi lições agridoces, conectando...
Madellon (Maria Dalva Guimarães Junqueira)