Belos escritos
Escrever tem suas próprias compensações. Há pessoas que escrevem de tudo; expressam sentimentos riscando o céu com faixas. Há lambuzadores de muros; grafitadores de imagens e palavras, com e sem arte, na areia um nome que a água leva. Os sonhos... (Bachelard diria devaneio) de uma pessoa estariam sendo expressos buscando um alvo.
Outros se atrevem como eu a expressar sentimentos e devaneios de outros em livros. Um, dois, trinta livros e ainda tem coisas para dizer.
Belos escritos! É a devolução das imagens de palavras para Narciso. Valeu! Uma apreciação de valor. Um empréstimo para sentir. O cumulo da empatia. Seria um passatempo? Divertimento? Sentimento?
Valeu! Valeu sim! Saíram da cabeça, do corpo todo diminuiu o peso e pode expressar confuso sentimento de impotência.
Caneta, papel, tinta, muro, céu... Tudo lambuzado de sentimentos gritantes para uma sociedade de distraídos. Humanidades, raridades!
E a águia voou! Porque foi ao vento que a trouxe e levou por infinitos mundos. Vôos rasantes limpando todo o rio caudaloso da alma. Vôos altíssimos para apreciar deslumbrada, imagens santificadas pelos sentimentos e emoções do existir enquanto com outros, compartilhar filigranas de prazer em versos.
Fiquei em paz com as origens... Um avô que escrevia para avó... Por que não atualizar a história, que é movimento? Hoje em dia reciclam tanta coisa. Por que não as imagens? Dispondo hoje da parafernália tecnológica é só largar no universo um verso, mil versos. Versejar... Versejar.
Para me encontrar nas tuas ausências. Porque nunca termino de dizer, porque te renovas, homem, mulher do mundo. Eu me renovo. Um jogo pra durar a vida toda e vida de todo dia (“e ainda de manhã no outro dia...” como diz Alice Ruiz).
Esse devaneio não tem despertar, se não seria sonho!
Nazilda Corrêa