A DECISÃO DO STF
O que há de mais apropriado para a política é a crítica pela crítica. Crítica deslavada seria então. O que dizer da decisão do STF em liberar candidatos de “ficha suja” para disputar as próximas eleições no país. Em entrevista o presidente do STF condenou a lista de candidatos com “ficha suja” segundo ele, temeroso de cometer injustiça. Fico pensando se o senhor presidente não está a fazer piadas. Jokes, in english. Justiça seria não submeter a população a ouvir mentiras de tais candidatos. Quiçá de outros. Provavelmente de todos. É passível de paúra se o político não burle o próprio detector de mentiras. Apareça enfim com o riso franco e puro para um filme de terror, com a licença do arremedo e paródia do maluca-beleza Raul, invadindo nossas casa com promessas mirabolantes e intenções beirando a canonização. Desculpe o amigo leitor, tanto amargor. Mas o autor que vos escreve, está cansado. Mesmo com melhoras sociais e blá blá blás que obviamente houve, mas muito pouco. Li uma frase que Salvador Allende disse antes de ser violentamente massacrado. Muito antes, de qualquer forma já profetizando, dando o prognóstico e para mim definindo finalmente o que é a democracia. “O povo tem o governo, mas não o poder”. Não se trata, no entanto de premonição lúgubre e sim de constatação de fatos onde o processo eleitoral seja aqui, no Chile, na China, talvez até no Tibet sempre foi e sempre será passível de desconfiança. Fiz movimento estudantil e vi de perto como os ardis funcionam. Não tenho idéia de como separar estratégia política. Política em sua essência. De tramóia sedenta de poder. Aí é que entra o STF, a imprensa e os partidos dos tais políticos então “justiçados”. Mesmo que a constituição dê o direito e a justiça(?) de serem elegíveis, pois não foram condenados ainda. Não se sabe se serão. Os partidos desses tais candidatos e a imprensa que não pode ser marrom deveriam: um deduzir a proposta de vereança de tal candidato suspeito até que se diga ao contrário e o outro, a imprensa, notificar à população, como dissera Jackson Vasconcelos, a verdadeira posição e situação em que encerra tais políticos d eixando então que o povo democraticamente tire suas conclusões. Entenda-se por democraticamente, livremente. O presidente da república costuma falar e opinar com tamanha precisão e conhecimento a respeito de futebol e do seu Corinthians. É assim que se apresentam nas casas dos eleitores os candidatos “ficha suja” ou não. Com precisão, conhecimento e um vocabulário vasto em sinonímias, sometimes metáforas, que muitas vezes o real significado é desconhecido pelo emissor. Também com muito mais precisão e mais; pavor e apreensão, apresenta-se para a população a falta de verba pública para a saúde e educação. Não são versos rimados aí atrás, é a representatividade que a política deixa. Faríamos então como Comodus que ajudou a afundar o Império Romano, criaríamos gladiadores entre nós mesmos para enfim, comer?
Carlos Vilarinho