Baixa velocidade

Este é um fenômeno que acontece todos os anos, queira ou não queira.
Chega final de ano estamos naquele ritmo alucinante de festas de Natal, de Ano Novo, de formatura, casamento, batizado e o diabo mais que sempre inventam todo final de ano!
É um tal de compra presente pra cá, visita fulano pra lá, enfeita casa, se enfeita, prepara malas e o que mais for preciso para viajar, e por aí vai...
Corre, corre e corre!
É quase um treino para a São Silvestre.
E para finalizar o ano com chave de ouro, você se presta a fazer aquelas listinhas do que você quer que aconteça no próximo ano. Confesso que este ano foi a primeira vez que fiz. Quem sabe não dá certo?
Então você promete tantas coisas para si mesmo, como se, literalmente, de um dia para o outro sua vida fosse mudar milagrosamente.
Bom, não deixa de ser um ótimo momento para reavaliarmos nossas atitudes e comportamentos, questionando se os mesmos ainda nos servem, ou se deveríamos jogá-los pela janela.
Se não estamos insistindo em coisas, ou situações, ou até pessoas que não estão dando certo, que não nos levam a lugar algum.
Que nada nos acrescentam.
Ou se estamos deixando de lado aquela velha causa, pela qual esquecemos de lutar.
Aquele sonho antigo, mas que você esqueceu guardado em uma destas gavetas da vida.
Então acontece!
Chega o anunciadíssimo Primeiro de Janeiro!
E o que mudou?
Nada.
Você só acorda com uma ressaca enorme.
É apenas mais um dia.
A sua velocidade diminui.
Você sai daquele ritmo frenético, até anda mais devagar.
Desacelera.
Tudo agora está em slow motion.
Aí você se pega pensando, mas o que foi que eu prometi mesmo??
O que foi que eu falei ontem à noite enquanto bebia a sétima taça de champanhe?
Será que teve testemunha?
Putz...
Mas o que eu quero dizer com esta balela toda, é que só iniciamos um verdadeiro ano, quando resolvemos iniciar uma nova etapa de nossas vidas.
Somente quando mudamos nosso modo de pensar.
Se entrarmos o ano com nossos velhos vícios, velhas manias, sem estarmos abertos para o novo, o novo não acontecerá.
A mudança não é cronológica, não depende dos ponteiros do relógio.
Não dependem de um calendário.
Ela depende de você!
Pois se você não se modifica, de verdade, tudo vai continuar exatamente igual na sua vida, independente de quantas uvas você comeu, de quantas ondas você pulou, se jogou flores para Iemanjá...
E aí a sua listinha não vai servir pra nada além de ficar jogada no fundo da gaveta, ou para você recordá-la no próximo final de ano e chegar à conclusão de que não realizou nada do que queria.
Eu comecei um ano novo.
Podem acreditar!
E vocês??

Sabrina Jung

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