HOLOFOTES
Dos holofotes da praça, emergiam focos de luz que se misturavam à poeira que vinha da rua.
Nessa hora, alguns meninos aproveitavam e se dependuravam nos postes; com isso, vários vidros se quebravam.
Mais tarde, o jardineiro limpava tudo, tomando sempre o cuidado de primeiro recolher os vidros quebrados.
Já outros meninos se limitavam apenas a trepar nos bancos.
Aquela praça passava, assim, a maioria de seus dias de sol com centenas de folhas de árvores caídas no chão, e com o verto tomando conta de tudo.
Quanto aos holofotes, só emitiram outros focos de luz à noitinha, indo-se misturar novamente a toda aquela poeira vinda da rua.
P. J. Ribeiro
Do livro: "Um terno tirado do armário", Ed. do autor, 2009, Cataguases/MG