Ficamos sabendo da premiação
com poucos dias de antecedência. Nós estávamos
no camarim de Alejandro Tommazi, no "Salão Los Angeles" (Colônia
Guerrero) conversando, enquanto o público ia lotando a casa para
mais uma seção da peça "Aventurera". Foi quando chegou
nosso amigo Gustavo, presidente do Sindicato dos Jornalistas do México
e nos deu essa agradável notícia sobre
o prêmio Qzar. Quatro dias mais tarde, numa segunda-feira,
eu e Alejandro passávamos pela residência de Adriana
Lafon (ela também atuou na novela
Carrossel) para apanhá-la e seguimos viagem até o estado
de Puebla.
Lá chegando, fomos
para o hotel que havia sido locado para os
artistas, para que pudéssemos descansar antes de começar
a cumprir a agenda. Antes porém, nos juntamos a outros
amigos no bar do hotel para um rápido drink e jogar um pouco
de conversa fora. Lembro-me bem do comentário feito
pelo ator Jorge Rodrigues, que atualmente atua nos Estados
Unidos, ao dizer que ao me ver de longe confundiu-me com seu
grande amigo e cantor David Bowie por causa da cor loira que
eu usava nos cabelos... e ele não foi o único a fazer tal
comparação.
Às 16 horas cumprimos,
junto aos demais, o primeiro compromisso oficial do dia,
que era o de visitar a Casa de Cultura de Puebla,
acompanhados pelo Secretário de Cultura.
De lá, seguimos para o Palácio do Governador, onde
fomos recepcionados pelo Governador, com a imprensa presente. À
noite, o evento maior: a entrega do Qzar. Uma festa comparada ao Oscar
norte-americano. Na manhã seguinte, sem o glamour dos
trajes de gala por nós usados
na noite anterior, saimos
eu, Sylvia Pasquel, Alejandro, Adriana, Gustavo,
Terê Campos e Calambres (nosso grupo seleto de farra) para
passear pelas ruas de Puebla e comprar
peças do artesanato local, sem escapar, é
claro, do assédio das pessoas que
por nós passavam. E é sobre esse encanto de lugar chamado
Puebla que eu quero falar um pouco mais, aconselhando-o a visitar
esse paraíso.
Eu e Sylvia nos encontrávamos
absortos contemplando os quadros e esculturas
no Bairro dos Artistas, quando um pintor que trabalhava numa bela vasílha
de cerâmica nos disse que somente se aprecia algo quando
se chega a conhecer aquilo, por isso para amar Puebla tínhamos
que descobrir a beleza que ela possui.
Puebla é uma união
de várias influências: a espanhola, a italiana, a chinesa
e também a mexicana. O resultado dessa mesclagem é uma verdadeira
obra de arte, que se pode apreciar em muitos
monumentos, igrejas, conventos, pátios, fontes, mansões e
casas. O ex convento de Santa Mônica, hoje
Museu de Arte Religioso, possui uma
interessante coleção de móveis, tapetes, pinturas,
livros e vasílhas. A Igreja de São Francisco,
assim como o Pátio dos Azulejos, impressionam por
suas monumentais fachadas. Próximo ao Bairro
dos Sapos está a praça de
Parián, onde se concentram numerosos
locais de artesanato, sendo o local perfeito para contemplar e comprar
os belos trabalhos produzidos na região. O Museu Amparo contém
uma extraordinária coleção de
arte pré-hispânica complementada com um
novíssimo sistema multimídia que
dá ao visitante uma ampla informação sobre
as diferentes etapas da arte e da cultura mexicana. O Museu
Bello e González exibe diversos objetos artísticos
feitos em cobre, marfim, cristal e porcelana.
Definitivamente Puebla é
um encantador lugar e merecedor da visita e do prestígio.