Puebla / Mx - abril/1998

        Ficamos sabendo da premiação com poucos dias de antecedência.   Nós estávamos no camarim de Alejandro Tommazi, no "Salão Los Angeles" (Colônia Guerrero) conversando, enquanto o público ia lotando a casa para mais uma seção da peça "Aventurera". Foi quando chegou nosso amigo Gustavo, presidente do Sindicato dos Jornalistas do México  e  nos  deu  essa agradável notícia sobre o prêmio Qzar. Quatro dias mais tarde, numa  segunda-feira,  eu  e Alejandro passávamos pela residência de  Adriana Lafon  (ela  também  atuou  na  novela Carrossel) para apanhá-la e seguimos viagem até o estado de Puebla.
        Lá chegando, fomos para o hotel que  havia  sido  locado  para  os  artistas,  para  que pudéssemos descansar antes de começar a cumprir a agenda. Antes porém,  nos  juntamos a outros amigos no bar do hotel para um rápido drink e jogar um pouco  de  conversa  fora. Lembro-me bem do comentário feito pelo ator Jorge Rodrigues, que atualmente  atua  nos Estados Unidos, ao dizer que ao me ver de longe confundiu-me  com  seu  grande  amigo  e cantor David Bowie por causa da cor loira que eu usava nos cabelos... e ele não foi o único a fazer tal comparação.
        Às 16 horas cumprimos, junto aos demais, o primeiro compromisso  oficial  do  dia,  que  era  o  de visitar  a Casa de Cultura de Puebla,  acompanhados  pelo  Secretário de  Cultura.  De  lá, seguimos para o Palácio do Governador, onde fomos recepcionados pelo Governador, com a imprensa presente. À noite, o evento maior: a entrega do Qzar. Uma festa comparada ao Oscar norte-americano. Na manhã seguinte, sem o  glamour  dos  trajes  de  gala  por  nós usados   na   noite   anterior,   saimos   eu,  Sylvia Pasquel,  Alejandro,  Adriana,  Gustavo,  Terê Campos  e Calambres (nosso grupo seleto de farra) para  passear  pelas  ruas  de  Puebla  e  comprar peças do artesanato local,  sem escapar,  é  claro,  do  assédio  das  pessoas  que  por  nós passavam. E é sobre esse encanto de lugar chamado Puebla que eu quero falar  um  pouco mais, aconselhando-o a visitar esse paraíso.
        Eu e Sylvia nos encontrávamos absortos contemplando  os  quadros  e  esculturas  no Bairro dos Artistas, quando um pintor que trabalhava numa bela vasílha de  cerâmica  nos disse que somente se aprecia algo quando se chega a conhecer aquilo, por isso para  amar Puebla tínhamos que descobrir a beleza que ela possui.
        Puebla é uma união de várias influências: a espanhola, a italiana, a chinesa e também a mexicana. O resultado dessa mesclagem é uma verdadeira  obra  de  arte,  que  se  pode apreciar em muitos monumentos, igrejas, conventos, pátios, fontes, mansões e casas. O ex convento  de  Santa  Mônica,  hoje  Museu  de  Arte  Religioso,  possui  uma  interessante coleção de móveis, tapetes, pinturas, livros e vasílhas. A Igreja  de  São  Francisco,  assim como o Pátio dos Azulejos,  impressionam  por  suas  monumentais  fachadas.  Próximo  ao Bairro  dos  Sapos  está  a  praça  de  Parián,  onde  se  concentram  numerosos  locais  de artesanato, sendo o local perfeito para contemplar e comprar os belos trabalhos produzidos na região. O Museu Amparo contém  uma  extraordinária  coleção  de  arte  pré-hispânica complementada  com  um  novíssimo  sistema  multimídia  que  dá  ao  visitante uma ampla informação sobre as diferentes etapas da arte e da cultura  mexicana. O  Museu  Bello  e González exibe diversos objetos artísticos feitos em cobre, marfim, cristal e porcelana.
        Definitivamente Puebla é um encantador lugar e merecedor da visita e do prestígio.

                                                            Marc Fortuna

 
 

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