A Enseada dos Tainheiros e a Avenida Beira Mar são dois pontos entre os mais belos de Salvador, senão do Brasil. Comparo os dois ao bairro da Urca, no Rio de Janeiro, onde parece que o tempo parou e não deu lugar à fome do progresso brasileiro (leia-se: destruição do passado). Ficou o bucólico, o simples, o belo. Pena que os governantes, juntamente com os que lá vivem e visitam, dão pouca importância e pouco caso, deixando esgotos expostos a céu aberto, lixo a recolher e jóias da arquitetura do século passado sem a mínima conservação.
Um olhar carinhoso da administração pública, como também uma publicidade mais dirigida de toda a área, tornaria a península itapagipana uma atração turística comparada às outras tantas mais badaladas. Eu, por exemplo, renovo as minhas energias todos os anos, quando de férias, simplesmente contemplo de lá a colina do Senhor Bonfim, a praia da Penha com sua igreja acolhedora, o bairro de Plataforma desenhado como um presépio, e as águas da maré alta, apesar de tão poluídas.
Para completar a minha contemplação, sento debaixo da amendoeira
em frente ao Restaurante Catraia e degusto, juntamente com meus irmãos,
uma saborosa moqueca de camarão com arroz e pirão, tornando esses
momentos memoráveis. Existe coisa melhor?