O ROMANO DO FINAL DO SÉCULO XX
 Quadro - óleo s/ tela, de Tenini


O ROMANO DO COLISEU

A minha primeira viagem para o exterior foi em 1993, quando aceitei um convite para fazer um curso de pintura em Firenze.
Pensei   — "Finalmente, conhecerei a terra dos meus antepassados..."  Esta foi a motivação maior para que eu me deslocasse da minha cidade, Porto Alegre, para a Itália, integrando o primeiro grupo de artistas brasileiros a fazer curso no Instituto Lorenzo de Medici. E foi num vôo da Alitalia que aterrissamos no aeroporto de Fiumicino, em Roma.
Ao descer na Cidade Eterna,  repetimos o gesto do Papa e beijamos o solo italiano. Estávamos alegres afinal, éramos artistas e  conhecer obras famosas do Renascimento já era motivo suficiente para tanta euforia ...
Tínhamos cinco dias para visitarmos Roma e seus pontos turísticos, além de alguns Museus importantes.
Foi uma correria.
Mas o que mais me chamou a atenção foi Roma e seu passado.  Eu tinha a impressão que estava lendo meu Livro de História Universal da FTD, sobre a civilização romana, enquanto passeava pelas ruas da esplendorosa cidade.
Cada canto era lembrado com saudade dos meus dias escolares e o meu contato com esse povo guerreiro, de tantos Imperadores e que já foi o dono do mundo...
Entre os locais visitados estava o Coliseu (Colosseo), que mesmo em ruínas abrigava um público enorme do mundo inteiro, na maioria estudantes,  conferindo o local, que já fora arena de espetáculos onde os homens lutavam contra os leões... Espetáculo que, felizmente, foi abolido pelas  novas civilizações.
Na saída, deparei com muitos camelôs, pelas imediações, vendendo de tudo: desde camisetas, bijuterias diversas bem como recordações de Roma.
Havia um camelô, de uma beleza incomum entre eles. Não resisti ao apelo de desenhá-lo e fotografá-lo. Prometi-lhe que faria seu retrato e mandaria foto... Porém não perguntei nome, nem endereço, pela correria. Mas o quadro aqui está e vai viajar pelo tempo este novo romano do final do século XX, de jeans e fumando cigarros, sem capacetes lanças, armaduras ou couraças dos antigos gladiadores, que durante sete séculos lutaram entre si ou contra animais ferozes na arena do Coliseu, espetáculo preferido dos romanos, que ao final de cada combate pediam com um gesto do polegar, o perdão ou a morte do lutador ferido.
Hoje, o gladiador é o mascate das portas do Coliseu de Roma, uma das mais badaladas cidades européias, centro do Renascimento e da Cristandade.
Sei que o Coliseu sofreu reformas, visando reforçar suas estruturas e avançar mais séculos para que os povos vindouros relembrem os primórdios da civilização mundial.
Jamais esquecerei este contato com Roma, seus habitantes, igrejas, arte, restaurantes, cafés, lojas, enfim, tudo que o primeiro mundo pode oferecer ao turista de outras latitudes: seus encantos e, principalmente, sua história!

Tenini

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