MARAVILHAS DO MUNDO
Estive, recentemente, em visita à Foz do Iguaçu. Lá, tive a oportunidade de conhecer, pessoalmente, duas maravilhas consagradas: uma da natureza, esculpida por Deus, e outra da Engenharia, construída por seres humanos, com a sabedoria que Deus lhes deu.
A visão das cataratas nos causa um misto de encantamento e de respeito, pela beleza de suas inúmeras quedas e pela energia grandiosa e destrutiva que exibe. Já a Usina Hidrelétrica de Itaipu surpreende pelo arrojo e pela grandiosidade. Para aumentar a admiração um dos vertedouros estava em operação e, qual uma catarata, lançava o excedente de água da represa no rio, numa imagem quase tão magnífica quanto a visão das cataratas naturais. Não é à toa que Itaipu é considerada uma das sete maravilhas do mundo atual.
De sete em sete — número cabalístico por essência — é inevitável fazer uma analogia de Itaipu com as sete maravilhas do mundo antigo: Aquelas foram feitas para celebrar deuses, reis, o poder de civilizações ou seu temor de outras. Apenas uma servia para o bem de todos, pois iluminava os caminhos dos seres humanos em meio à natureza: O Farol deAlexandria.
O gosto da humanidade pelo monumental e pelo simbólico persiste: muitas "maravilhas" continuam sendo construídas sem objetivo prático e universal. Várias delas continuam servindo apenas para saciar a megalomania ou esperteza de poucos, em detrimento dos muitos que suam, sangram e, até, morrem para concretizar suas vaidades e falcatruas. Mas há exceções!
Ao contemplar os imensos paredões e contrafortes da barragem que contém o Rio Paraná, e os enormes dutos que conduzem as águas até as turbinas da usina, poderíamos imaginar a presença de estátuas de deuses egípcios e gregos, imponentes e temíveis como nos templos da Antiguidade. Atrás deles imaginaríamos hordas de bárbaros tentando sobrepujá-los para invadir saquear e destruir pela força o que não conseguem pela inteligência. Mas a energia que se "vê" é outra, invisível, que ilumina e move as vidas de milhões de pessoas a milhares de quilômetros dali. É a natureza contida e modulada para produzir energia, que gera o milagre do emprego e ilumina cidades, escolas, hospitais e templos onde os seres humanos vão agradecer a Deus por ter-nos provido de capacidade para aprender a tirar proveito da natureza em benefício da humanidade.
As Cataratas do Iguaçu estão lá: símbolo natural da magnificência de Deus! A Usina de Itaipu também: símbolo da exortação divina do Gênesis: "Crescei, multiplicai-vos e dominai a face da terra!". Enfim, todas são obras de Deus!
Itaipu não é o Farol de Alexandria — e milhares de anos separam estas duas maravilhas —, mas ambas são símbolos da importância da luz em meio às trevas, naturais ou induzidas.
Assim, nossa vida deve ser um misto de admiração e respeito pela energia que a natureza esbanja, e de análise e desenvolvimento de formas de aproveitar esse potencial para o desenvolvimento sustentável da civilização.
A visita à Foz do Iguaçu foi, sem dúvida, inesquecível; mas a maior lembrança que guardo comigo é a insofismável certeza de que, quando o ser
humano usa adequadamente: inteligência e sabedoria, os resultados sempre são naturalmente divinos!
Adilson Luiz Gonçalves