Palmas  para  Palmas Deixo, temporariamente, o ritmo cronológico da narrativa para “falar” de  Palmas. E quando se "fala" não há um ritmo muito formal.

Os endereços podem parecer estranhos à maioria das pessoas. Mas quando se entende o método conclui-se que ele é muito mais lógico e que é melhor que o da grande maioria das cidades.

O Palácio é o centro de cidade. É a referencia básica. As principais avenidas, as duas que tem nome, marcam os pontos cardeais. Norte-Sul é a Juaquim Teotonio Segurado. Leste-Oeste é a Juscelino Kubistchek. As outras são identificadas  pelo seu afastamento deste centro. As Leste-Oeste pares são as do norte, as impares as situadas ao sul do Palácio. As  Norte-Sul pares são aquelas afastando para o leste, as impares para o oeste.

As quadras serão sempre endereçadas nos sentidos Noroeste, Nordeste, Sudeste e Sudoeste conforme seu afastamento das avenidas básicas.

Assim, se você entender fica fácil.

A cidade fica numa plataforma bastante uniforme, na margem direita do Rio Tocantins, afastada a uns 10 quilômetros dele. Mais a leste fica a Serra do Carmo, que empresta uma bela moldura ao local.

Vista por quem chega vindo oeste, de Paraíso, ela se apresenta magnífica. Principalmente ao acender das luzes, como afortunadamente eu a vi.

Pressinto que construtoras, no futuro, vão querer construir espigões. Isso desfiguraria o conjunto. Espero que tenham cacife para não sucumbir à pressão delas.

O Palácio dos Buritis é a principal construção de Palmas. É importante que continue sendo.

Sua construção é majestosa, com arcos muito altos, toda revestida de tijolinho de cerâmica. Está localizado no alto de uma elevação que, pasmem, foi construída. Explicando bem: não existia aquela colina ali. Ela foi construída com terra “raspada” dos arredores. Quando soube desse pormenor minha fantasia me transportou à Babilônia com seus Jardins Suspensos.

A mim foi possível visitar algumas das dependências do palácio. Logo que entrei sofri um choque térmico. Uma queda de temperatura de 12 a 15 graus. A estação de ar condicionado, que não vi, deve ser imensa. Só a ante-sala da recepção deve ter, no mínimo, 20.000 m3.

Visitei o auditório, que fica num nível inferior à entrada. Moderno e confortável. Estive também em alguns dos gabinetes de trabalho.

Os demais prédios da administração, secretárias, tribunais e assembléia ficam nas proximidades. Passei ao largo, desta vez não pude visita-los.

Espalhadas pela cidade existem áreas comerciais, que em geral atendem a duas quadras. Aquela pisaria que nos acolheu no primeiro dia fica numa dessas áreas.

Noutra oportunidade estive em um Super Mercado, quando aprendi uma coisa importante para o povo dali, e que nem de longe passa pela cabeça daqueles que vivem em cidades “velhas”. É importante saber se aquele dia é dia do caminhão. Palmas ainda não tem produção própria de nada, ou quase nada, assim tudo que consome vem de fora. Qualquer coisa que você pensar chega de caminhão. Foi quando percebi a precariedade das balsas, e como a ponte faz falta.

Testemunhei, também uma coisa que só poderia ver em condições como Brasília nos anos 50 e 60, e agora em Palmas. No dia que fomos a Paraíso, Mel, minha anfitriã, saiu de sua casa, pela manhã, numa rua de terra, empoeirada. Quando chegou sua rua e algumas outras das proximidades estavam asfaltadas.

Na Av. Juaquim Segurado vi um quadro que chamarei de surrealista: o canteiro central é um jardim, sua grama estava verde e viçosa, flores recém plantadas estavam sendo irrigadas por um caminhão pipa. Ao lado, a menos de 10 metros do caminhão, o capim ardia. Havia fogo mesmo. Mas a água estava “destinada” ao canteiro central (?!).

 Ah! Os queijinhos! Em todas as intercessões das avenidas norte-sul com as leste-oeste existe ou existirá um queijinho. Uma praça que deveria (mas não consegue ainda) disciplinar o tráfego. Vi os azes do volante locais fazerem coisas incríveis naquelas rotatórias: numa que não tinha meios fios passavam direto, noutra(s) faziam as curvas sem reduzir a velocidade, derrapavam... seguiam em frente.

O prefeito esteve licenciado para tratamento de saúde, em Londres segundo soube, e chegava de volta. Isso foi motivo de festa para o pessoal de lá. No mínimo para seus correligionários, mas que aconteceu uma carreata no melhor estilo isso aconteceu.

Outra coisa da qual já comentei: não vi quase nenhum verde na cidade. Sei que ele existirá, mas que já poderia haver algumas arvorezinhas isso poderia.

Um dos meus “macaquinhos”, aquele de origem Petrobrás, ficou exultante, quase todos os postos de abastecimento são BR.

Outro “macaquinho”, agora que escrevo, me lembrou a letra de uma música: “Mas se não for por amor, / não diga nada por favor”  Então... Com muito amor:

Palmas para Palmas.

Carlos Fabiano Braga
 

 

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